sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Nação Canaã e a minha parte nessa história.

Shakespeare, na fala de Hamlet aconselha um dos atores: “Nada de contenção exagerada. O seu discernimento deve ser o seu guia”. Atendendo a esse conselho atrevo-me a considerar algumas das minhas experiências à frente da Nação Canaã, congregação situada no templo sede da Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Amazonas. Abrirei o verbo. Fui empossado como Pastor do Canaã do dia 20 de Agosto de 2006, um domingo para ficar gravado na historia das “minhas retinas [não] tão fatigadas”. O dia mais emblemático do meu ministério. Uma posse que mais se assemelhava a um velório, parecia que havia um caixão exposto no meio do enorme salão. Olhares denunciavam um forte sentimento de comiseração e incertezas. Até mesmo o entusiasmo dos mais otimistas parecia derreter como cera perante aquele quadro comparável a um vale de ossos secos. No entanto, estava firme e motivado, não me preocupava com o que os outros diziam ou pensavam. Prefiro destacar as inúmeras palavras de ânimo e motivação que recebi de companheiros e colegas de ministério, e em especial do meu líder Pr. Jonatas Câmara que me disse: “o combustível do sucesso é o sonho”. Segundo Aristóteles: “para o homem dotado de uma alma grande a opinião solitária de um único homem bom conta mais que a opinião de uma multidão”. Venci aquele dia, Venci as desculpas! Pôr em ordem o caos é uma tarefa para poucos, só os grandes líderes se predispõe a esse desafio. Como Josué perante o Jordão, assim estava eu e Priscila Reny, minha esposa, perante Canaã. Vencer aquele desafio era o pré-requisito para a honra do nosso ministério. No primeiro ano, só lagrimas e sementes, nada mais. Remávamos e não saiamos do lugar, mas algo me motivava a cada mensagem: ouvia meu próprio eco naquele lugar. “O gênio (visionário) é como o arqueiro que acerta um alvo que os demais nem sequer conseguem ver” (Schopenhauer, 1844). Persegui a meta da visão, conquistei me a mim mesmo, aprendi o valor da disciplina pessoal. Posso afirmar sem medo que estamos avançando. No primeiro ano de Canaã vi muitas pessoas chegarem e muitas pessoas saírem, entendi que Canaã, naquele momento, era um lugar de trânsito, de passagem, de receber as bênçãos e partir, mas hoje sei que muitos estrangeiros acharam abrigo, pois Canaã passou a ser uma terra habitável, antes era árida como um deserto, hoje é deleitosa como um jardim. Mas como diz John Maxwell, “nem todas as pessoas que começam conosco terminam conosco”, por isso declaro a minha gratidão a pessoas como Adauto Junior, Jair, Pr. Elésio e Shirley, Jemima, Darcilo e outros que deixaram um pouco de si neste trabalho, como diz Drummond: “de tudo fica um pouco”, sem duvida ficou um pouco deles em Canaã e um pouco de Canaã neles. Os que aqui encontraram abrigo e fizeram habitação são hoje os frutos dessa terra, e que grandes cachos de uva eles são! Robertson, Wellington, Meyer, Prado e Léia, Franciney, Dimas, Paulo, Andreazza, Léuza, Joao e muitos outros, pessoas que recrearam a minh’alma nos momentos mais difíceis e como Onesíforo não se envergonharam das algemas da minha missão. O apoio que recebi do Pastor Jônatas Câmara foi fundamental para o pleno êxito deste trabalho. Somente alguém visionário e ungido poderia olhar além das circunstâncias mais difíceis e apostar em líderes jovens como nós. Suas palavras sempre nos levantaram e seu abraço é um recanto de cura para as batalhas da nossa caminhada ministerial. Vejo materializada nele a célebre frase de Wright: “O ensinamento dos grandes homens tem com freqüência uma simplicidade e uma naturalidade que faz o que é difícil parecer fácil de aprender”. (G.H. Von Wright, 1892). Nossos Pastores Jonatas, Moisés e Cláudio conhecem a alma dos visionários que caminham por princípios bíblicos e deles não abre mão, por isso sempre fui e sou protegido sob a cobertura espiritual desta amada Igreja. Reconheço que eles fazem o melhor que podem e “quem quer que faça o melhor que suas circunstâncias permitem age bem, age com nobreza: os anjos não fariam melhor”. (Edward Young, 1745). Hoje completamos dois anos de ministério pastoral em Canaã, o numero dois traz a idéia de confirmar, concordar, unir, comungar e multiplicar. Esses são os verbos que prometi soltar. Como verbos proféticos sei que se concretizarão no decorrer dos anos vindouros, isso é só o que peço, segundo afirmou o Pe. Antonio Vieira (1641). “Querei só o que podeis, e sereis omnipotentes”. Quero conquistar em Canaã tudo aquilo que Deus tem reservado para o seu povo e para mim, busco as coisas que são de cima e não as que são terrenas, pois como diz o pregador em Eclesiastes: “Vanitas vanitatum et omnia vanitas”, por isso “deixando as coisas que para trás ficam prossigo para o alvo da soberana vocação” e assim viveremos em Canaã, dia após dia, as maravilhas do nosso Deus na terra da promessa. Ebenézer!

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